
EFEITOS ADVERSOS
O cannabis pode desencadear efeitos a curto e a longo prazo.
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Efeitos Agudos:
Os efeitos psicotrópicos do Cannabis, após fumar ou inalar o fumo, começam passado cerca de um minuto. O pico ocorre meia hora depois e desaparecem passadas 2-3horas. No caso da ingestão oral, os efeitos ocorrem passados geralmente 30-90 minutos, ocorrendo o pico de efeitos entre 2-3horas. Passadas 4-12 horas já não existem efeitos. [6]
É notória uma diferença de efeitos consoante o sexo, já que as mulheres relatam com maior frequência tonturas e quebra de tensão, enquanto os homens normalmente sentem mais taquicardia.[7]
Assim, os efeitos adversos agudos são mais sentidos pelas mulheres e a faixa etária mais afetada é a da adolescência, visto também serem os maiores consumidores.[5, 7]
Relativamente ao facto de as mulheres serem mais sensíveis aos efeitos do THC, isto deve-se aos níveis de estrogénios durante o ciclo menstrual, segundo um estudo feito pela Whashington State University. Este estudo mostra ainda que, o efeito é mais notável aquando da ovulação, ou seja, no pico de estrogénios. As mulheres apresentam também uma maior tolerância [8].
Como efeitos adversos agudos podemos ter:[5]
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Efeitos Crónicos:
Os efeitos crónicos não estão totalmente esclarecidos. No entanto pensa-se que alguns dos efeitos crónicos estão relacionados com a depressão do sistema nervoso central, podendo desencadear esquizofrenia em indivíduos que têm já alguma predisposição. A alteração da atenção, memória e a capacidade debilitada em processar informação pode surgir como consequência de um consumo frequente, passados anos.
O consumo continuado, está também relacionado com bronquites e enfisema pulmonar, quando fumado ou inalado.
As insónias, ansiedade, comportamentos agressivos, anorexia e tremores musculares estão associados a consumo recorrente de cannabis, sendo considerados também efeitos crónicos.
Relativamente ao cancro, a relação com este aparece paralelamente ao consumo do tabaco, pelo que as conclusões acerca do efeito do cannabis nesta doença são controversas. Ainda assim, são raros os casos reportados de cancro, por exemplo da orofaringe, que aparecem nos consumidores crónicos de cannabis.[7]

5. Grotenhermen, F., The toxicology of cannabis and cannabis prohibition. Chemistry & biodiversity, 2007. 4(8): p. 1744-1769.
6. Gerich, M.E., et al., Medical Marijuana for Digestive Disorders: High Time to Prescribe[quest]. Am J Gastroenterol, 2015. 110(2): p. 208-214.
7. ASHTON, C.H., Pharmacology and effects of cannabis: a brief review. The British Journal of Psychiatry, 2001. 178(2): p. 101-106.
8. Phillips, B. Females more sensitive to cannabis; males get munchies. 2014 [cited 2016 29 May]; Available from: https://news.wsu.edu/2014/09/03/females-more-sensitive-to-cannabis-males-get-munchies/.