
INTERAÇÕES
As interações farmacológicas do cannabis são várias e complexas.
O THC é metabolizado no fígado pelo citocromo P450 (principalmente pela isoenzima CYP2C), o que faz com que surjam muitas interações com medicamentos. Interações frequentes são, por exemplo, a redução da concentração plasmática de antipsicóticos (clozapina e olanzapina).[9] É de salientar, também, a interação com anestésicos. [2]
O principal efeito das interferências, é sobretudo, a fadiga, quando administrados juntamente com agentes psicotrópicos (álcool e benzodiazepinas), ou medicamentos para o sistema cardiovascular (anfetaminas, atropina, beta-bloqueadores, diuréticos, antidepressivos tricíclicos, etc).[9, 10]
Os inibidores da COX (como indometacina), o ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não esteroides antagonizam o efeito do THC. [10]
No entanto, os efeitos aditivos, podem ser desejados, como por exemplo no tratamento do glaucoma e quando administrados ao mesmo tempo que alguns fármacos como por exemplo, relaxantes musculares, antiespasmódicos, broncodilatadores, analgésicos opiáceos, anti-epiléticos e antieméticos (como a fenotiazina).[10]
É, ainda, de notar que não há interferências com antirretrovirais nem citostáticos podendo ser usado por doentes com HIV e cancro, o que torna benéfico o uso do Cannabis na terapêutica destas doenças.[9]

[11]
2. Ashton, C.H., Adverse effects of cannabis and cannabinoids. British Journal of anaesthesia, 1999. 83(4): p. 637-649.
9. Grotenhermen, F. and K. Müller-Vahl, The therapeutic potential of cannabis and cannabinoids. Dtsch Arztebl Int, 2012. 109(29-30): p. 495-501.
10. Grotenhermen, F., Pharmacology of cannabinoids. Neuroendocrinology Letters, 2004. 25(1/2): p. 14-23.
Imagens:
11. http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=609394